terça-feira, 15 de novembro de 2011

Algumas Considerações

Bom, o assunto hoje é bem polêmico, e pra mim é extremamente delicado. Vim falar sobre vestibular, vou usar a FUVEST como exemplo, já que é o maior do país.

Antes disso, preciso levar em contar que a educação do Brasil avalia seus alunos a partir de notas, de 0 a 10 ou E a A. Sempre levando em conta provas, trabalhos e todo tipo de demonstração de aprendizagem.


E para ser aprovado o aluno precisa tirar C, equivalente a 6 ou 7 em números, para ser aprovado e dar continuidade a sua educação.


Teoricamente, acho uma forma bem coerente de avaliar, todos os alunos deverão ter um desempenho superior a 60% em todas as matérias para serem aptos a aprenderem novos conteúdos.

Bom, para ingressar na faculdade, nada mais justo que NO MÍNIMO o mesmo padrão, afinal os candidatos demosntraram capacidade de concluir sua educação e estão aspirando se tornarem profissionias em nossa sociedade.

Segundo algumas estatísticas, no ENEM, 31% atinge até 40% das provas (considerado insuficiente); 50, 7% atingem de 40 a 70%  (considerado de regular a bom) e apenas 18,3% conseguem acertar mais de 70% da prova.

De fato me assusta o governo considerar uma nota que varia de 4 a 7 como regular a bom, em muitas escolas esses alunos seriam reprovados, e levando-se em conta essa estatística, 81,7% dos alunos concluem o Ensino Médio INAPTOS, sem term domínio dos conteúdos.

Bom, vamos a FUVEST então, maior vestibular do país, que dá acesso a USP, melhor universidade da América Latina, centro de pesquisas, referência em ensino.

Uma universidade de tanta projeção deve ser muito criteriosa em relação a seus alunos, sim  e não.

A primeira fase da FUVEST apresenta 90 questões, 70%, 63 questões, que deveria ser o ponto de partida de seleção dos alunos, sem levar em conta que esse número de acertos deveria ser mínimo em cada disciplina.

Carreiras que necessitam 63 acertos ou mais para avançarem para a segunda fase:
(estaísticas do vestibular 2010 e 2011)

Medicina, Ciências Médicas, Engenharia Aeronáutica (São Carlos), Audiovisual, Engenharia na POLI.

E só. A questão é que a USP oferece 240 cursos e só 5 exigem um mínimo de 70% de acertos na Primeira Fase de seu vestibular.


Como se pode explicar que uma criança com 7 anos se tiver um aproveitamento de 50% terá que repetir o ano escolar, mas um concluinte com o mesmo aproveitamento consegue ingressar na melhor universidade do país.

É discrepante e digno de pena. O mínimo de coerência seria exigir dos 'formandos' o mesmo aproveitamento que lhes foi exigido durante toda sua vida escolar.

Se esses padrões fossem mantidos, obviamente o número de alunos na USP decairia vertiginosamente, mas ao mesmo tempo seria uma universidade mais fácil de ser mantida, poderia ter um investimento por aluno muito maior, além de assegurar a qualidade dos profissionais formados.

Além disso, os cursos da USP são rigorosos, fazendo com que muitos de seus alunos desistam, e um aluno que não conclui seu curso por ser incapaz de acompanhá-lo é um desperdício de verba pública.

O triste de tudo isso é que as escolas não preparam seus alunos para atingir esses patamares, se conformam em aprovar seus alunos em cursos de nota de corte menor. Se quiser ingressar em um curso 'difícil' ou faça vários anos de cursinho, ou faça um colégio exceção, com grade integral e que uma ínfima parcela da população que pode custear esse nível de educação.


Se nem a maioria das escolas particulares consegue que seus concluntes atinjam esse nível de pontuação, as escolas públicas não tem a menor condição.

Aliás, os cursos da FUVEST que exigem o mínimo de 70% para aprovação na Primeira Fase, acima mencionados, em faculdades particulares de prestígio e qualidade confirmada não saem por menos de 3 salários mínimos, sem incluir livros, transporte, alimentação, moradia quando necessário, vestimenta e todo tipo de necessidade do aluno.

Ou seja, ou você é um gênio super-dotado ou tem pais endinheirados ou desiste de seus sonhos.

Não é por acaso que o Brasil é o 88º no ranking mundial de educação.

0 comentários:

Postar um comentário