quarta-feira, 15 de julho de 2015

FILE

WTF is FILE?

Festival Internacional de Linguagem Eletrônica!
Em exposição na Galeria de Arte SESI - SP e também na fachada do edifício da FIESP e nas estações Trianon-Masp e Consolação do Metrô.

Ok, vc respondeu onde mas não respondeu o que. GENIUS

Então, sabe o que é? É que são muitas coisas sendo uma coisa só.

Ahn? Seja mais específica criatura!

Bom, é um negócio artístico, cozido lentamente em interatividade, uma xícara de videogame, uma pitada de literatura, talvez um pouco de dança...

Dança? Clássica? Contemporânea? Street?

Na verdade não é exatamente uma dança de pessoas, tem dança de luzes, de espelhos, tem de pessoas e máquinas gerando duplicatas, tem dança de gente e luz, tem dança de plástico contra e com a física.

Mas tem joguinho?

Muitos! De joystick, touch, realidade virtual...

Realidade Virtual??? E eu posso interagir?

Mas é claaaaro que sim! Tem realidade fixa com vc parado, em movimento pendular, em pé, sentado, tem vc entrando na tela e pessoinhas saindo da tela também!

E música? Só gosto de arte se for música...

Calminha, tem música eletrônica experimental do mundo inteiro, tem instrumentos que se toca só piscando os olhos e um mega painel enorme com dezenas de botões que apertados simultaneamente tocam instrumentos distintos e criam melodias e ritmos diferentes!

E até quando vai funcionar?

Bom, aí depende. A exposição na Galeria de Arte acontece todos os dias das 10h as 22h até 16 de agosto, o FILE Led Show e o FILE Metrô  só até 19 de julho.

E quanto custa?

Nada! Nadinha! Niente! Nothing!
\o/

Como assim vc ainda não foi????


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Brasil: O País da Ginástica

Ginástica Atística! Uhul!

Está rolando o Panamericano 2015 em Toronto, Canadá e tivemos as classificatórias d ginástica artística feminina ontem dia 12/07 e prova de individual geral feminino hoje dia 13/07.

A equipe conquistou a medalha de bronze por equipes sob a orientação de Daniele Hypólito, artista de 30 anos (recuperada de lesão, em excelente forma) que abriu todas os aparelhos brasileiros com firmeza, segurança e bastante consistência.

Fonte: ESPN
Na competição de hoje tivemos Daniele Hypólito e Flávia Saraiva competindo nas provas de individual obtendo 5º e 3º lugares respectivamente.

Destaque para Flavinha com apenas 15 anos, 1,33m e 32 kg de pura graça, força, agilidade e carisma que conquistou a torcida canadense.

Amo a ginástica artística (como fã evidentemente) e adoraria ver documentários ou estudar o tema da ótica da cinemática.

O impulso a potência e a conservação de energia do salto sobre o cavalo, a conservação do momento angular nas barras assimétricas, o momento de inércia e a trajetória dos movimentos na trave de equlíbrio... E tudo que é possível imaginar no solo.

Se bem que os movimentos são tão espetaculares e as atletas tão graciosas que ia acabar me distraindo e ó admirando!
;)

domingo, 5 de julho de 2015

A Falácia da Divisão

Quando entrei na escola (particular, tradicional) em 1996, lembro de estudar com filhos de donos de empresas, passavam férias na Disney, essas coisas.
Nunca fui de ter muitos amigos, mas lembro de 3 em especial.
O Marcelo, loirinho, branquinho, que tinha algum atraso no desenvolvimento intelectual, eu com meus 6 anos não entendia porque ele não fazia as atividades como o resto de nós, mas era a única que aceitava sem chorar e sem fazer cara feia sentar com ele.
Lembro da Stephanie, que era grande, forte, encrenqueira, sempre era expulsa da sala, fiz amizade com ela, apesar de mães de amigas minhas não deixarem as filhas fazerem amizade com ela, porque uma criança de 6 anos era má influência.
Mas eu nunca vou esquecer do Jeferson, um menino negro e pobre que só estudava com a gente porque a mãe fazia faxina na escola, lembro de um quartinho escondido da escola onde ele ficava o tempo todo, até nos intervalos porque ele não tinha nenhum amigo, fora uma menina de óculos sem amigos que as vezes aparecia pra brincar com ele quando esperava os pais.
Essas crianças sofreram aos 5, 6, 7 anos de idade a exclusão por serem diferentes, mesmo tendo a oportunidade de estudar numa escola excelente elas sofreram.
Em 1996, 1997, 1998 e 1999 quando estudei ali, nos melhores anos pós Plano Real, já existia a descriminação.
Então por favor, parem de falar que foi o PT que dividiu o país.
A verdade é que o Brasil é dividido em nós e eles de 1500, mas agora algumas pessoas está abrindo os olhos pra isso.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O Que Você Tem a Perder?

Eu gostaria que minha família tivesse um carro melhor, uma casa melhor, ter aparelhos eletrônicos melhores.
(Não que eu não ame tudo que eu tenha, é que ser humano é ambicioso mesmo)

Eu tenho vários medos, medo de ser desrespeitada, medo de decepcionar meus pais, medo de ser motivo de piada, medo de não conseguir cumprir compromissos.

Mas eu raramente temi pela minha vida, eu nunca tive medo da fome ou do desamparo. Eu aprendi o certo e o errado, eu tive pais presentes na minha educação que nunca me bateram pra machucar, nunca descontaram em mim suas frustrações.

Eu sempre tive oportunidade, estudei em boas escolas, fiz ballet, inglês, informática, treinei handebol, já participei de jogos escolares, campeonato de xadrez, atletismo, fiz cursinho. Eu não tenho medo da falta de oportunidades.

Ao primeiro sinal de que eu não enxergava bem meus pais correram comigo pro oftalmologista e no mesmo dia eu já tinha meus óculos cor-de-rosa que eu tinha escolhido a armação.

Apesar de ter medo de dor e doença eu nunca tive medo de não ser socorrida. Eu sempre tive plano de saúde, eu sempre fui a consultas, fiz exames, tomei remédios, fiz terapia, fisioterapia, cirurgia.

Então se eu cometesse um crime quando era menor e fosse presa, eu perderia muito.

Perderia minha liberdade, a atenção frequente dos meus pais, meus amigos, minha família, meus animais de estimação, meus brinquedos, meus livros, minha escola, minhas atividades, meus desenhos.

No futuro eu provavelmente perderia oportunidades de emprego pela passagem na prisão, perderia anos de estudo, perderia anos maravilhosos da minha infância e juventude.

Então se eu fosse racionalizar a questão, eu veria que não vale a pena roubar para ter um celular novo porque se meus pais puderem me dar, eles darão, se não puderem eu terei oportunidade de estudar, me qualificar, melhorar de vida e no futuro comprar o celular que eu quiser.
No Brasil, na remota possibilidade de eu ser pega (eu sou branca, educada, não sou uma suspeita em potencial) eu perderia coisas que eu amo.

Mas e quem não tem nada a perder?
Quem não tem família presente e amorosa?
Quem não é respeitado, é humilhado, ridicularizado, desprezado?
Quem não tem acesso à educação, cultura, lazer, esporte?
Quem não tem médico quando precisa?
Quem apanha da polícia por ter o tipo "considerado" suspeito?
Quem não vê possibilidade de futuro?
Quem não vê um igual tendo sucesso, melhorando de vida?
Quem não vê possibilidade de conquistar algo que deseja a não ser pelo crime?

O que essas crianças temeriam perder?
Pouco, muito pouco, quase nada, nada.

E vocês acham que a remota possibilidade de ir pra cadeia com 16 em vez de 18 pode mudar isso?

Esses jovens não se intimidam pela presença de criminosos porque esses já fazem parte do seu cotidiano; não temem a comida ruim de cadeia pois muitas vezes é melhor do que a que eles tinham em casa; não temem perder oportunidades futuras de emprego porque nunca viram nelas possibilidades reais de melhoria de vida; não temem a privação de atividades de cultura, lazer e esporte porque muitos nem tinham acesso a nada disso; não temem a ausência da família porque muitas vezes a família não é amorosa, é ausente chegando a violenta e abusadora em muitos casos.
Não temem a privação da liberdade porque já estão acostumados com toque de recolher.

Esse tipo de medida só mostraria alguma eficácia para os jovens que tem algo a perder, mas esses podem pagar advogado e se safar de homicídio culposo mesmo sendo maior de idade.

Os jovens de 16 anos que cometem crime hoje não deixarão de cometer amanhã porque a maioridade penal foi reduzida. A lei "branda" não é o motivo deles cometerem crimes. Então não é mudando essa lei que se chegará a algum lugar.